“Portugal, Razão e Mistério”, de António Quadros, será o tema, já no próximo dia 23 de Março, da primeira sessão das renovadas Tertúlias de Cultura Portuguesa, que, sob o lema geral da busca das Linhas Matriciais da Identidade Portuguesa, tinham sido interrompidas por ocasião da passada pandemia. Motivo forte de reflexão, mormente hoje, quando se impõe ter presente a razão de ser de Portugal, indissociável do mistério da sua origem e finalidade, o livro de António Quadros, cujos dois primeiros volumes foram editados em 1986 e 1987, tinha ficado a aguardar a publicação do terceiro, que não chegou concluir. Reeditado num único volume, em 2020, pela Alma dos Livros, saiu enriquecido com os textos que deixara esboçados para o derradeiro tomo, pelo que a nova edição se intitula justamente “Portugal, Razão e Mistério. A trilogia.”
Constitui ele o melhor e mais completo remate do que foi o principal motivo implícito e explícito de toda uma obra, que pode dizer-se confluiu para a elaboração da teoria da história portuguesa. A qual não só tem sido desatendida, como substituída amiúde por teorizações estranhas, a maior parte das vezes aceites sem outro critério se não o do prestígio alcançado noutros contextos, aos quais melhor se aplicam. Ora, é por demais evidente, que a prática depende sempre de uma teoria, consciente ou não, pelo que se compreende quanto nos desviámos da que é conforme à nossa identidade ou razão de ser; que é como quem diz, quanto urge assumirmos a que nos é própria.
Esta primeira sessão do novo ciclo das Tertúlias de Cultura Portuguesa, terá lugar na Cooperativa do Povo Portuense, CRL, no cruzamento da Rua do Paraíso com a Rua de Camões, no Porto, às 15 horas do próximo dia 23 de Março. Está prevista a presença de Mafalda Ferro, Paulo Jorge Teixeira, Joaquim Pinto da Silva, Joaquim Domingues e José Almeida, que animarão este encontro.
Como sempre, a participação será livre e aberta a toda a comunidade.